Esta peça indígena é a referência para um tríptico em mosaico artístico, já em processo. Aguarde no próximo post.

Vistas somente do alto, lá estão, em pleno deserto, extensas linhas formando imensos desenhos, principalmente de animais, num solo arenoso, seco e pedregoso. Me refiro às famosas e intrigantes “linhas de Nazca”, que ficam ao sul do Peru atual. De perto, no chão, esses desenhos não são possíveis identificar, parecem apenas trilhas.

A Civilização Nazca, uma das várias que existiram na América, se desenvolveu entre os séculos 100 e 700 da nossa Era. Possivelmente, na época, ali existia um centro político e religioso, de grande importância para o povo nazca. As linhas em questão, apesar dos estudos realizados, permanecem sem uma explicação conclusiva sobre seu real significado,  lhes conferindo um caráter enigmático, ainda na atualidade.

Alguns estudos consideram que as “linhas” possuam natureza religiosa e mística. Recentemente, numa escavação realizada nas proximidades, foi encontrado um templo de grandes proporções. Dos artefatos encontrados, as cerâmicas pintadas, retratando elementos da sua cultura, apresentam pistas importantes para se conhecer melhor essa civilização. São pinturas com iconografias estilizadas e simbólicas, com representações de entidades divinas, inclusive algumas contêm traçados que se assemelham aos desenhos feitos no deserto.

De qualquer forma, essas “linhas” estão impregnadas de significações simbólicas, quer tenham sido caminhos de peregrinações religiosas ou desenhos formando mensagens divinas. Talvez nunca saibamos… Para nós, porém, podem ser utilizadas como metáfora de caminhos possíveis… vivemos tempos muito conturbados e, acima de tudo, carentes de direção! Por ora, trilhando as linhas do mosaico, numa clara analogia, estas servirão de referência e inspiração no meu trabalho.  Que as divindades do deserto me auxiliem!

Foto: Cerâmica da cultura nazca. Atualmente no museu arqueológico Rafael Larco Herrera – Peru.