“Nossa motivação é a paixão pela transformação
que a arte propõe na vida das pessoas”.[1]
Lá estão! No corre-corre do dia-a-dia. Trabalhando, sonhando, cantando… São muito alegres apesar de tudo. E, são muitas as dificuldades. Filhos para criar… Muitas crianças… Qual o futuro dessas crianças? Quem se importa? Essa é parte da rotina de muitos, mas principalmente nas comunidades desassistidas pelo poder público e “esquecidas” pela sociedade.
Lá estão também muitos jovens, plenos de energia e potencial. Ávidos por novidades, mas arredios. Alguns, de determinada comunidade[2] estão envolvidos em oficinas para decorar um muro[3] com mosaicos. Trata-se de um trabalho coletivo desenvolvido por voluntários, no Morro do Cantagalo.
Voluntário e jovens veem-se envolvidos na atividade de colar e juntar pedaços de mosaico e de vida. “É com abraço e amorosidade que vamos em frente, juntos… Levando arte e alegria. Pra transformar o olhar” [4]. Pois só com paixão, afeto e alegria se torna possível utilizar a linguagem do mosaico para dialogar.
E nessa interação ambos se transformam, mosaicistas voluntários e integrantes da comunidade. Um trabalho coletivo de intervenção é por si só integrador e transformador do ambiente. Mas, para tal, tem que fazer sentido, não pode ser algo estranho à comunidade. Deve comunicar algo, ampliar seu universo e enriquecê-lo.
Esse é o papel da arte, que como linguagem e expressão humana, simbolicamente representa suas aspirações, seus sonhos e indagações. É através dela que amplia o olhar e horizontes para além. Possibilita e desenvolve a capacidade de criar e abstrair, tornando o homem mais humano.
[1] Cris Piloto – Mosaico Cola Caco
[2] Refiro-me à Comunidade do Cantagalo.
[3] Mural Coletivo Cola Caco – projeto Cris Piloto, na Harmonicando.
[4] Cris Piloto
Foto: Muro Coletivo Harmonicando